Miradouro de São Pedro de Alcântara
LISBOA
Adoro esta cidade. Pela terceira vez a visito e agora gostei de despretensiosamente andar por suas ruas, conhecer lugares frequentados pelo povo lisboeta (ou alfacinhas como são chamados) e voltar a outras que quero conhecer melhor.
Ir a Lisboa durante os festejos juninos é muito interessante. Dia 13 de junho é feriado em comemoração a Santo Antônio e a cidade se enfeita para comemorar um dos Santos mais populares. Na véspera, dia 12, partindo da Marquez de Pombal, sai as marchinhas representando os diversos bairros lisboetas, passa pela Avenida da Liberdade e vai até o Rossio. Neste dia é costume os rapazes comprarem um manjerico num pequeno vaso, para oferecer à namorada, o qual traz uma bandeirinha com uma quadra popular, por vezes brejeira ou alegre.É também tradição nesta data, as noivas de Santo Antônio, evento inicialmente patrocinado pelo Diário Popular e por comerciantes locais. O objetivo daquela iniciativa era possibilitar o matrimônio, apadrinhado por Santo Antônio, a casais com maiores dificuldades econômicas, uma vez que os noivos selecionados eram presenteados com um enxoval e equipamentos domésticos. Curiosamente, naquela época, era exigida uma garantia de virgindade, provada clinicamente.
As Noivas de Santo Antônio contaram, desde cedo, com o apoio do município de Lisboa, bem como da sua população, transformando-se rapidamente num acontecimento incontornável, inserido nas Festas Populares da Cidade. E assim, ia crescendo a fama casamenteira do Santo Antônio. Neste dia só vá aos Bairros Alto e Alfama se gostar de muito movimento porque ficam muito cheios. É mais ou menos como um carnaval aqui.
Em dias normais, comece pela Marquez de Pombal, ande pela Av. da Liberdade, considerada um dos lugares mais elegantes da cidade de Lisboa, lá você verá árvores centenárias, lojas de moda de renome internacional, centro de cortejos, festividades, manifestações e local de passagem de milhares e milhares de trabalhadores diariamente.
Após o grande terremoto de 1755, foi este o local eleito pelo Marquês de Pombal (Ministro do Rei D. José I na altura do terremoto, que estabeleceu todo o plano urbano, reconstrutivo e reorganizativo da cidade) para favorecer a classe que muito cooperou para o seu plano urbanístico, criando neste espaço, mais propriamente na área ocupada pela parte inferior da Avenida da Liberdade e Praça dos Restauradores, o então chamado “Passeio Público”, rodeado por muros e portões por onde só passavam os membros da alta sociedade. Lugar de escolha da elite nobre e burguesa, teve os seus muros derrubados em 1821 após a subida ao poder dos Liberais, que assim fizeram jus ao “Público” deste Passeio, tornando-o aberto a todos.
A Avenida que hoje se pode ver foi construída entre 1879 e 82 no estilo dos Campos Elísios, em Paris, compreendendo cerca de 90 metros de largura e pavimentos decorados com padrões.
Se quer almoçar em um bom restaurante próximo a Av. da Liberdade, vá ao Solar dos Presuntos. Seguindo em direção à Pça dos Restauradores, entre a esquerda no Largo da Anunciada e na Rua das Portas de Sto Antão está o restaurante, na ocasião comemos um arroz a lavagante e estava delicioso. Siga por esta mesma rua e passará por um calçadão com lojas, bares, a Casa do Alentejo, local onde se pode usufruir da cultura da maior provincia do país, a casa é um antigo palacete primorosamente decorado, onde se nota influência da cultura árabe, é local de dança e restaurante.Quer passar por um local bem genuino? Vá na Ginginha Sem Rival, fundada no século XIX, a portinha de “seu” Manoel e tome uma ginga típica,licor obtido a partir da fermentação, da fruta da ginja similar à cereja, muito popular em Portugal especialmente em Lisboa em Óbidos, em Alcobaça e no Algarve. Poderá ir também um pouco mais para frente no Largo de São Domingo, 8 na Ginginha Espinheira, fundada em 1840 pelo galego Francisco Espinheira.
Porta da Ginginha Sem Igual
Siga em frente para a Pça dos Restauradores, com seu obelisco em homenagem a restauração portuguesa em 1640 quando uma revolução colocou fim ao domínio espanhol sobre Portugal. Siga para a Av. Augusta, uma bela avenida, Nos dois extremos da Rua Augusta encontra duas praças magníficas: a Praça do Rossio (no meio da praça está uma estátua de D. Pedro IV , nosso I e a seus pés, quatro figuras femininas representando a justiça,a sabedoria, a força e a temperança, qualidades atribuídas a D. Pedro) e a Praça do Comércio (conhecida como Terreiro do Paço, referência ao Palácio que ali esteve durante 400 anos até o terremoto de 1755 que o destruiu quase que totalmente). Perto do arco que abre caminho para a Praça do Comércio costumam estar vendedores de rua a oferecer o mais variado tipo de produtos: anéis, bijuteria, calçado, malas, cachecóis ou tatuagens temporárias... uma variedade de coisas. Outro aspecto curioso nesta área é o nome das ruas paralelas à Rua Augusta. Grande parte dos nomes diz respeito aos ofícios ou aos materiais que em tempos se praticaram ou circularam nelas: Rua dos Sapateiros, Rua da Prata , Rua do Ouro, etc.O velho estilo arquitetônico, originário da reconstrução de Lisboa levada a cabo pelo Marquês de Pombal depois do terremoto de 1755, ainda está intato, por isso pode ver muitos dos edifícios com o seu traçado original. Você vai adorar esta rua!
Elevador de Santa Justa
Rua Augusta
Chiado
No dia 25 de Agosto de 1988, o Chiado foi devastado por um fogo que começou num armazém na Rua do Carmo e que se estendeu até à Rua Garrett. Apesar de ainda serem visíveis algumas cicatrizes desse terrível acontecimento, um impressionante programa de recuperação devolveu ao Chiado a vida que em tempos teve e agora ele está melhor que nunca!
Frequentado por escritores e famosos como Fernando Pessoa, que ganhou uma estátua em sua homenagem em frente ao famoso Café A Brasileira, seu local preferido, você vai encontrar também a movimentada Rua Garret, o elevador de Santa Justa, o Convento do Carmo, dentre outros.
Locais que visitei e gostei:
· Livraria Bertrand
· Cervejaria Trindade – “ Visitada há mais de 170 anos por escritores e boémios, trabalhadores e políticos, artistas e desportistas, são muitos os nomes famosos que nos deram a honra de escolher a Cervejaria Trindade para as suas celebrações, farras ou simples refeições.” Assim se apresenta a Cervejaria de secular tradição.
· Café A Brasileira
· Restaurante Tavares – Fundado em 1784, contando com mais de duzentos anos de existência, o Tavares é o restaurante mais antigo de Portugal e um dos mais antigos do mundo.
Bairro Alto
Você pode subir a este bairro a pé, pelo elevador da Glória, situado na Pça dos Restauradores, quando sair do elevador, encontra no lado direito o miradouro de S. Pedro de Alcântara, de onde tem vistas excelentes sobre o centro de Lisboa e o mágico Castelo de São Jorge. Mesmo do outro lado da rua, ligeiramente para a direita, na Rua de S. Pedro de Alcântara, nos.39-49, fica o Instituto do Vinho do Porto, onde pode provar e comprar uma grande variedade de vinhos do Porto, pelo elevador de Santa Justa, o Elevador de Santa Justa é uma obra de arte concebida por um aprendiz de Gustave Eiffel e liga a Baixa ao Bairro Alto. Abriu em 1902, altura em que funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia eléctrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. Feito inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine (existem duas). Em design neogótico romântico, este elevador é definitivamente algo que você não pode perder!
O café no topo conta com vistas magníficas sobre o centro de Lisboa e o Rio Tejo.
A heterogeneidade é típica deste bairro, aqui é para ir “de bar em bar”.
Aqui é onde mais se parece com o nosso Brasil, particularmente Salvador na Bahia.
Alguns lugares que visitei e que acho interessante neste bairro:
· Miradouro de São Pedro de Alcântara – uma das entradas para o Bairro Alto
· Instituto do Vinho do Porto
· Pavilhão Chinês – o bar tem as suas paredes repletas de miniaturas de todo o tipo
· Bairro Alto Hotel – bar do terraço do hotel, tem uma vista belíssima
· Noobai café – tome um drink ou um café para apreciar a vista e dar uma descansada
· Restaurante Cantinho da Amizade– Restaurante pitoresco, moderno na atividade, mas tradicional nas instalações e com um agradável quintal que faz lembrar sardinhas assadas e tardes no campo. Faduncho às sextas-feiras. Quando é feriado na sexta, o fado é na quinta anterior.
Cervejaria Trindade
· Alfama
Um dos bairros mais típicos de Lisboa, Alfama guarda o segredo de seu passado. Ainda se vê vestígios nas ocupações romanas e árabes nas suas ruas estreitas resultado da cultura muçulmana. Alfama e o Bairro Alto são os bairros por excelência para se ouvir fado. Alfama é o bairro mais antigo de Lisboa, tendo sobrevivido ao terrível terramoto de 1755, as suas ruas e habitantes foram por isso objeto de inúmeras letras de fado. Hoje, deste famoso bairro fazem parte excelentes restaurantes onde se canta o fado, onde podemos apreciar desde o "Fado Clássico" ao famoso "Fado vadio", interpretado por amadores que mostram o que lhe vai na alma, cantando com o coração. Alfama estende-se desde a encosta do Castelo de S. Jorge até ao estuário do Tejo. Constituída por ruas estreitas e com pedras, becos, pequenos pátios e praças pitorescas. Repleta de Igrejas, as tradicionais lojas, mercados, tavernas e tascas, restaurantes e edifícios, todos eles mantidos pela população local, cujas famílias habitam esta zona antiga da cidade desde há gerações. A melhor forma de conhecer Alfama, é deixar-se perder no labirinto, o que provavelmente acontecerá sem se dar conta, ao deixar-se envolver pelas paisagens, os sons e cheiros característicos que lhe permitem desfrutar plenamente desta experiência!
Mosteiro de Jerônimo
Mosteiro de Jerônimo
O bairro mais paradigmático em termos de patrimônio relacionado com os descobrimentos: Belém. Foi da sua praia, que partiram as naus do navegador Vasco da Gama à descoberta do caminho marítimo para a Índia e em todo o lado se respira a grandeza do outrora império. Para chegar até a Torre de Belém, o turista pode pegar o metrô e ir até a estação do Cais de Sodré, de lá é só pegar um ônibus para Belém; todo o percurso é super rápido e tranqüilo. A Torre de Belém fica aberta para visitação de terça a domingo das 10h00 às 17h00 , a entrada é paga.Fui de taxi pois tinha um compromisso e não queria perder muito tempo, mas não é caro.
Em Belém começamos pelo Museu dos Coches. O Museu Nacional dos Coches conserva e expõe uma excepcional coleção de viaturas utilizadas pelas cortes européias do século XVII aos finais do século XIX, incluindo no seu espólio coches, berlindas, carruagens, seges, carrinhos de passeio, liteiras, cadeirinhas e carrinhos para criança. Considerada a mais notável coleção do mundo do seu gênero.
Pastel de Belém - Por sugestão do taxista, resolvemos provar do pastel de nata da “ A Chique de Belém”, localizada ao lado do Museu, por se tratar do pastel que ganhou o concurso como o melhor pastel de Belém porém, vale a pena provar do tradicional na Fábrica de Pastéis original.
Particularmente não gosto muito de doce, mas quando provei pela primeira vez o pastel, me senti uma compulsiva criança engolindo o doce para ninguém pedir um pedaço. Um sabor sem igual. A fábrica original produz cerca de 14 mil pastéis por dia, louco não? você pode levá-los também em uma caixinha e vai acompanhado com pacotinhos de açúcar em pó e canela. Visite as salas com painéis de azulejos abertas ao público.
Seguimos para o Mosteiro de Jerônimos, lá compramos o ingresso tipo “casadinha” com a Torre de Belém. O Mosteiro estilo Manuelino em referência ao Monarca D. Manoel que o construiu no final do século XV, apresenta elementos arquitetônicos do período gótico e renascentista. Lá se encontram os túmulos de Vasco da Gama, Luiz de Camões, do Rei Manoel e sua esposa. Visite o interior do Mosteiro que é realmente muito bonito. Em 1907 foi declarado Monumento Nacional e em 1984 foi classificado “Patrimônio Cultural de toda a Humanidade” pela UNESCO.
Acabada a visita, atravessamos a rua na direção do Tejo (tem uma passagem subterrânea) e lá estava O Padrão dos Decobrimentos, ele foi inaugurado em 1960, em razão das celebrações dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique (Henrique O Navegador). Evoca claramente a expansão marítima e foi desenhado na forma de uma caravela, liderada pelo Infante D. Henrique - que segura numa mão uma pequena caravela -, seguido de muitos outros heróis da história portuguesa (Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral - que descobriu o Brasil - Fernão Magalhães - que atravessou o Pacífico em 1520 -, o escritor Camões e muitos outros). Entre e faça uma visita com o filme.
Seguimos para a Torre de Belém e usamos o bilhete “casadinha”. A Torre foi construída em homenagem ao padroeiro da cidade, São Vicente, para melhorar a defesa de Lisboa. Foi também prisão política e hoje Patrimônio Cultural da Humanidade. Vale a pena subir até o topo e apreciar a vista.
Parque das Nações
O Parque das Nações compreende a área onde se realizou a Exposição Mundial de 1998. Trata-se de um grande espaço de visitação pública que juntou a cidade e o rio e que aproveitou, na perfeição, uma vasta frente ribeirinha com uma vista magnífica sobre a outra margem do rio e a Ponte Vasco da Gama, a ponte mais longa da Europa. Inaugurada também em 1998, por ocasião da exposição mundial, trata-se da quinta ponte mais extensa do mundo, com 17 km de comprimento, dos quais 10 estão sobre as águas do Tejo.
Visitei neste local:
· Oceanário
· Centro Comercial Vasco da Gama
· Casino Lisboa
· Teleférico
· Pavilhão do Conhecimento
Fado
* Restaurante Cantinho de Amizade - Fado Vadio -Rua da Carreira, 38 bairro alto
* Restaurante Sr. Vinho - Fado Profissional - boa comida
Rua do Meio à Lapa, n.º 18 - 1200-723 Lisboa
T. +351- 21 397 26 81 | +351- 21 395 58 30 | +351- 21 397 74 56
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